Este soneto de Florbela Espanca retrata de modo desconcertante o meu actual estado de espírito...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!