Um blogue pessoal mas... transmissível

17
Mar 09

 

Não queria acreditar mas é verdade. A senhora Directora Regional de Educação do Norte, em declarações proferidas esta manhã, afirmou que manter crianças ciganas separadas dos outros alunos de uma escola em Barcelos é uma forma de discriminação positiva. Leram bem: discriminação positiva (!). Parece que Margarida Moreira não explicou se a discriminação positiva se refere às crianças ciganas que foram postas à parte e têm aulas num contentor ou aos restantes alunos da escola… É inacreditável e vergonhoso que depois destas declarações, a senhora Directora da DREN ainda continue em funções. Tal facto não é de estranhar. Afinal, a senhora não é mais que uma "girl" socialista e, por isso mesmo, pode dizer e fazer sempre tudo o que quiser, pois tem as costas protegidas pelo grande líder. Pensando melhor, não sei o que me choca mais neste caso. Se a decisão do director da referida escola, se a cumplicidade dos professores, se o silêncio dos pais das crianças ou se a atitude cobarde e hipócrita do próprio Estado…

 


 

A propósito da manifestação que juntou 200.000 mil pessoas nas ruas de Lisboa, José Sócrates defendeu ontem a "necessidade de um sindicalismo livre de tutelas partidárias para o melhor desenvolvimento do país". Já no fim da sua visita oficial a Cabo Verde, tinha manifestado a mesma opinião, enquanto se desfazia num rol de lamentações, a fazer lembrar uma velha carpideira, coberta de negro e a soltar gemidos. Infelizmente, em matéria de lamentações viu-se que Sócrates não está sozinho, pois o que faziam 200.000 mil pessoas em Lisboa senão lamentar-se de milhentas coisas, entre as quais de um governo que desgoverna… Ora parece-me que este é mais um discurso à maneira de Frei Tomás. Senão vejamos. Ninguém ignora que existe uma forte tendência sindical socialista na UGT, a qual até realiza um congresso, onde está presente José Sócrates como secretário-geral do partido. E também já toda a gente ouviu o mesmo José Sócrates a felicitar o militante socialista João Proença pela sua reeleição como secretário-geral da UGT. Por conseguinte, não vejo razões para a indignação de Sócrates. Se o primeiro-ministro quisesse realmente ser honesto, deveria ter defendido um sindicalismo livre de todas as tutelas partidárias, incluindo as do PS. Defendê-lo e pô-lo em prático, é claro…

 

publicado por Pensador Insuspeito às 17:32

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