Estou mais uma vez estupefacto com a justiça portuguesa. Diz-se que um juiz libertou um homem acusado de matar à facada a própria mulher na presença da filha da vítima, de apenas 10 anos, e que agora é visto frequentemente no local do crime a amedrontar a família da mulher. Diz-se também que o mesmo juiz deixou sair em liberdade um homem que baleou outro na PSP de Portimão, em Setembro do ano passado, tendo a vítima ficado tetraplégica, e que é também o mesmo que mandou em prisão preventiva um homem que roubou um telemóvel (!). Desconheço os pormenores de cada uma das situações referidas. Mas, em abstracto, e perante a oposição de critérios que o referido juiz utilizou, sobressai uma evidente contradição com o bom senso e a razoabilidade, no sentido de punir as insignificâncias penais e deixar passar as perigosidades violentas. Também não sei se o juiz em causa é estagiário ou tem pouca prática na aplicação da justiça, ou que critérios considerou para tomar aquelas decisões. Mas uma coisa é certa: não se pode continuar a ser juiz com 23 anos de idade e a decidir levianamente sobre a vida das pessoas…