Um blogue pessoal mas... transmissível

19
Mar 09


The Pains Of Being Pure At Heart é uma banda nova-iorquina que despontou este ano como parte de uma nova geração de "shoegazers". Depois do burburinho na net, conhecem agora a edição física com a apresentação de um primeiro álbum homónimo, pelo qual têm recebido críticas muito positivas em todo o lado por onde têm passado. Na minha opinião, temos aqui uma das grandes revelações de 2009, que me leva a recuar aos tempos em que o "shoegaze" se fundia na perfeição com a britpop. De facto, quem não lhes reconhece incríveis parecenças com os My Bloody Valentine dos primeiros discos? "The Pains Of Being Pure At Heart" é tão simples e puro, que nos deixa exasperados por toda a pop/rock não ser assim. Para ouvir, escolhi "Everything Whit You", uma das faixas do referido álbum.

 

 

 


 

Já não é novidade para ninguém que frequento quase diariamente um ginásio. Gosto de o fazer, porque me ajuda a aliviar o stress e cria em mim hábitos de vida mais saudável, para além de ser importante no sentido de manter um corpo minimamente cuidado do ponto de vista estético. Aliás, numa época em que se promove e cultiva o ideal do "corpo masculino atlético", é natural que as preocupações e os cuidados com o corpo estejam na ordem do dia. Ninguém ignora que o corpo masculino na cultura gay contemporânea está subordinado a uma série de normas estéticas que se reflectem numa idolatrização do físico sempre jovem, que terá de ser perfeito e musculado como se observa facilmente ao visualizar as fotografias de nus masculinos nas revistas gay ou na internet. Isto porque a verdade nua e crua é que esta obsessão em manter a beleza, a juventude e o vigor físico é o preço a pagar, ainda que de forma inconsciente, para não se ser tratado da mesma maneira que todos tratam os gays velhos, fracos e feios. Afinal o que mais conta nos nossos dias é a imagem, a aparência e a juventude, e não tanto a inteligência, o conhecimento e a cultura de alguém, mesmo que esse alguém já tenha queimado as pestanas com os livros de uns gajos de nomes esquisitos tipo Husserl, Derrida e companhia…

 

Por outro lado, um ginásio e todos os espaços que o constituem são realmente sítios muito interessantes do ponto de vista sociológico. São lugares de encontro mas acima de tudo de exibicionismo e voyeurismo flagrantes. Na sala de musculação, é comum verem-se uns gajos, situados algures entre o bronco e o estúpido, a levantar pesos, a transpirar testosterona por todos os poros e a emitir uns sons que se assemelham a grunhidos, mas sempre a olhar... para perceberem se são vistos e eles mesmos para verem outros(as). Infelizmente, o "meu" ginásio não é de grande frequência gay. Parece que os gays da santa terrinha têm mais o que fazer... E porque é que eu digo isto? É que no "meu" ginásio só tenho sido engatado por mulheres... Lembro-me de uma que me seguia com o olhar para onde quer que eu fosse e que um belo dia se queixou a um dos "personal trainers" que eu não falava com ela (!). Escusado será dizer que isto não alterou a minha forma de me relacionar com ela. Vim a saber que estava em processo de divórcio e que uma das formas de fugir aos problemas e ultrapassar o stress inerente à situação era refugiar-se no ginásio. Algum tempo depois, abandonou o ginásio porque eu… não falava com ela (!). E não foi a única a engatar-me… É claro que também gosto de ver e de ser visto, mas não é preciso querer de facto, porque isso acontece naturalmente. E se por acaso fixamos o olhar em alguém, não por uma razão específica, e essa pessoa cruza o olhar com o nosso... meu Deus! Parece quase uma cumplicidade sexual, um chamamento para o acto! Mas de facto no "meu" ginásio é tudo muito hetero... E é por isso que eu reivindico: "Ginásios só para gays, já!"

 


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