Um blogue pessoal mas... transmissível

29
Mar 09

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quanto de ti, amor, me possuiu no abraço
Em que de penetrar-te me senti perdido
No ter-te para sempre
Quanto de ter-te me possui em tudo
O que eu deseje ou veja não pensando em ti
No abraço a que me entrego
Quanto de entrega é como um rosto aberto,
Sem olhos e sem boca, só expressão dorida
De quem é como a morte
Quanto de morte recebi de ti,
Na pura perda de possuir-te em vão
De amor que nos traiu
Quanta traição existe em possuir-se a gente
Sem conhecer que o corpo não conhece
Mais que o sentir-se noutro
Quanto sentir-te e me sentires não foi
Senão o encontro eterno que nenhuma imagem
Jamais separará
Quanto de separados viveremos noutros
Esse momento que nos mata para
Quem não nos seja e só
Quanto de solidão é este estar-se em tudo
Como na ausência indestrutível que
Nos faz ser um no outro 
Quanto de ser-se ou se não ser o outro
é para sempre a única certeza
que nos confina em vida
Quanto de vida consumimos pura
No horror e na miséria de, possuindo, sermos
A terra que outros pisam
Oh meu amor, de ti, por ti, e para ti,
Recebo gratamente como se recebe
Não a morte ou a vida, mas a descoberta
De nada haver onde um de nós não esteja.
 

Jorge de Sena

 


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