Quase não me restam palavras para te dizer o que sinto neste momento. Mas ainda guardo algumas para te dizer o quanto sinto a tua ausência… O quanto a tua ausência afoga em mim as palavras que ainda tenho para te dizer... Dizias-me que palavras não passam de palavras. Mas acredita que estas palavras são sentidas. Acredita que mesmo poucas palavras são melhores do que o silêncio de duas pessoas que ficam sem mais nada para dizer uma à outra. E esse silêncio por incrível que pareça é um silêncio ensurdecedor. Já tive momentos desses quando ainda não tinhas entrado na minha vida. Mas tu chegaste sem hora marcada e trouxeste contigo um amor que eu julgava não merecer, brindaste-me com uma ternura que eu julgava não existir, fizeste-me sorrir como há muito eu não sorria, surpreendeste-me como jamais alguém conseguiu surpreender-me…
Não sei ao certo porque te foste embora da minha vida, nem quando resolveste partir para não mais voltar. Ou talvez para voltares quando finalmente caíres em ti e precisares de um carinho, de um abraço, ou simplesmente de alguém com quem possas desabafar, com quem possas contar, a quem possas confiar os teus dramas e segredos, sabendo que nunca serás julgado. Não sei ao certo quando te perdi. Se é que alguma vez te tive! Se é que alguma vez foste meu! Se é que alguma vez te entregaste totalmente a mim!
Queria dizer-te que há dias em que sinto um vazio enorme. É como se faltasse algo essencial à minha vida. É como se tu fosses o ar que preciso para continuar a viver… Ao mesmo tempo, sinto uma imensa surpresa. Eu que, na minha auto-suficiência, dizia não precisar de um amor assim. Mas tu apareceste na minha vida e tudo mudou. Vejo agora as minhas palavras negadas pelos meus próprios sentimentos… E então percebo como é fácil falar de ânimo leve, quando não estamos no meio da tempestade…
Queria dizer-te que há dias em que a solidão é um sentimento insuportável… É nestes dias que sinto mais saudades tuas, essa palavra que povoa o nosso imaginário colectivo e que de tão usada já perdeu quase toda a sua significância. Sim, saudades. Não sei se sabes do que estou a falar. Aquele sentimento que provoca um peso no estômago e faz doer até o músculo mais insignificante do teu corpo. Mas doer mesmo. Não sei se alguma vez sentiste essa dor. Mas acredita que dói muito... É nestes dias que a dor da tua ausência se faz sentir com mais força. E fico assim, triste, melancólico, como se apenas a tua presença ao meu lado me pudesse trazer algum conforto. Por isso, é nestes dias que em nome da tua ausência me remeto ao silêncio e fico por aqui, frente a um ecrã de computador, frio, distante, impessoal, a dizer-te umas palavras que para mim soam a tudo… mas que para ti soam a nada…