Um blogue pessoal mas... transmissível

13
Mar 09

 

Vem este post/pensamento a propósito de estarmos a viver mais uma sexta-feira 13 (a segunda deste ano), considerado um dia aziago pelos supersticiosos. Devo dizer que nunca liguei a crendices deste género mas respeito quem sente arrepios só de pensar neste dia. Para os mais supersticiosos, ainda há outra sexta-feira 13, lá para Novembro… O que me levou a escrever este post é a imensa popularidade que por via desta superstição alcançou um filme com o mesmo título: "Sexta-feira 13", cuja premissa radica precisamente no dia da má sorte. "Sexta-feira 13" já conta com 11 filmes, além de uma série de televisão, revistas de banda desenhada e "merchandising" diverso. Nunca gostei de filmes de terror mas ainda tive estômago para ver "Sexta-feira 13: Parte IX", estreado no (longínquo) ano de 1993. A propaganda quis fazer crer que seria o último da saga e por isso, com alguma curiosidade e à falta de melhor para fazer, resolvi assistir ao meu primeiro "Sexta-feira 13". Como nos filmes anteriores, a estrela é o "serial-killer" de nome Jason Vorhees, que, com a sua máscara de jogador de hóquei, se tornou uma figura incontornável do cinema de terror. Com algum esforço – afinal já lá vão 16 anos… - recordo que Jason é dado por morto depois de uma emboscada que lhe foi montada pela polícia. Mas, como não podia deixar de ser num filme de terror, o mal encontra sempre um meio de voltar. Uma vez na morgue, o médico legista é possuído pelo espírito demoníaco do "serial-killer" e passa a assumir vários rostos e formas com o objectivo de encontrar uma irmã para depois a matar e, assim, poder renascer. Lembro-me que achei o filme péssimo, uma trama sem qualquer sentido. Para quem já não gostava do género, não foi com aquele filme que passou a gostar…

 

 


16
Fev 09

 

 

Como já referi aqui, na passada sexta-feira pude assistir ao último filme de Gus Van Sant, um dos meus realizadores preferidos. O aclamado cineasta convidou um elenco soberbo, encabeçado pelo incomparável Sean Penn, para contar a história verídica de Harvey Milk (1930-1978), que a prestigiada revista Time considerou como um dos heróis do século XX. Cansado de se esconder de si próprio, Harvey abandona o seu bem remunerado emprego em Wall Street e decide "sair do armário", mudando-se para a cidade de São Francisco com o seu amante de longa data, Scott Smith. Na comunidade gay de Castro, pequenas vitórias conduzem a outras maiores e Harvey, ao falar abertamente para uma maioria silenciosa, acaba por ser o primeiro político assumidamente homossexual a ganhar umas eleições. Quando Harvey Milk foi assassinado em 1978, o mundo perdeu uma voz inconformada que se elevou corajosamente pela igualdade de direitos. O assassino confesso foi um ex-deputado conservador que recebeu uma pena de apenas 5 anos. A pena branda causou a revolta que levou a uma série de motins que ficaram na história do activismo gay nos Estados Unidos da América, os "White Night Riots". A revolta levou também à abolição no Estado da Califórnia da legislação que levava em consideração o estado mental do assassino, o que poderia diminuir a pena. Já em 1985, "The Times of Harvey Milk", sobre a vida e a morte do político, ganhou o Óscar de melhor documentário. Para a próxima edição dos Óscares, que serão entregues no dia 22, "Milk" conseguiu oito nomeações, incluindo a de melhor filme do ano. Na personagem de Harvey Milk, a genial interpretação de Sean Penn valeu-lhe mais uma nomeação (a quinta) para os Óscares na categoria de melhor actor principal. Um filme obrigatório que eu recomendo vivamente.

 


Ainda a propósito da igualdade de direitos, a RTP1 emite hoje à noite no programa "Prós e Contras" um debate sobre o casamento homossexual. À semelhança de debates anteriores, já estou a ver o filme: de um lado, os moralmente superiores e os politicamente correctos, do outro, os pervertidos e as aberrações da natureza. Mais uma vez, as legítimas aspirações de uma minoria são sacrificadas à vontade dominante (até quando?...) de uma maioria que se arroga o direito de decidir sobre a vida dos outros. Quase me apetecia dizer que precisamos também de um Harvey Milk entre nós...

 

 


09
Fev 09

 

 

No caminho em direcção aos Óscares que serão entregues no próximo dia 22, foram ontem atribuídos os BAFTA's, os Prémios da Academia de Cinema Britânica. Mais uma vez, confirmou-se o favoritismo de "Quem Quer Ser Bilionário" ("Slumdog Millionaire", no título original), filme realizado por Danny Boyle e que arrebatou sete prémios, incluindo os de Melhor Filme e Melhor Realização. Além de ter conquistado estes dois principais troféus, venceu também no Melhor Argumento Adaptado, Melhor Montagem, Melhor Fotografia, Melhor Banda Sonora e Melhor Som. Esta obra cinematográfica, apesar de não ser a mais nomeada para os Óscares (10 nomeações contra 13 de "O Estranho Caso de Benjamin Button"), tem vindo a conquistar vários prémios, sendo a cada dia que passa um dos mais fortes candidatos às principais estatuetas douradas. Sendo um filme que retrata uma história de conquista e de sofrimento, que se fosse traduzido à letra daria qualquer coisa como "rafeiro da lama milionário", tem causado muita polémica na Índia, onde foi rodado, uma vez que mostra em toda a sua crueza a imensa pobreza do país, e é quase "voyeur" na forma como acompanha o percurso do jovem "herói" que apenas pretende vencer o concurso televisivo "Quem Quer Ser Milionário" por... amor.

 

 

publicado por Pensador Insuspeito às 20:54

02
Fev 09

 

 

Num fim-de-semana chuvoso e frio existem poucas escolhas. Ou fica-se por casa a gozar o dolce fare niente ou então opta-se por uma sessão de cinema. Foi o que eu fiz neste fim-de-semana e desta vez para ver o filme do momento.

 

"O meu nome é Benjamin Button e nasci em circunstâncias fora do normal". É assim que começa "O Estranho Caso de Benjamin Button", adaptado a partir da história de F. Scott Fitzgerald, sobre um homem que nasce com oitenta anos e regride na sua idade; um homem que, como qualquer um de nós, é incapaz de parar o tempo. O filme conta a história de Benjamin e da sua "viagem" fora do comum, das pessoas e lugares que descobre ao longo do seu caminho, dos seus amores, das alegrias da vida e da tristeza da morte, e daquilo que perdura para além do tempo. Uma vida é apenas aquilo que temos. Então porque não torná-la memorável? "You never know what's coming for you"...

 

O filme realizado por David Fincher, que tem Brad Pitt e Cate Blanchett como actores principais, é o mais nomeado para os prémios da Academia de Hollywood, podendo arrecadar treze estatuetas douradas. "O Estranho Caso de Benjamin Button" está nomeado para os Óscares de Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Argumento Adaptado, Melhor Edição de Imagem, Melhor Banda Sonora Original, Melhores Efeitos Visuais, Melhor Guarda-roupa, Melhor Caracterização, Melhor Fotografia, Melhor Direcção Artística e Melhor Mistura de Som. Brad Pitt e Teraji P. Henson podem ainda arrecadar os galardões de Melhor Actor e Melhor Actriz Secundária, respectivamente. Mesmo que alguns deles sejam improváveis, a verdade é que "O Estranho Caso de Benjamin Button" já é apontado como um dos melhores filmes do ano, segundo o American Film Institute. Eu também penso que sim e, por tudo isto, é um filme que recomendo.

 

 

publicado por Pensador Insuspeito às 22:10

31
Jan 09

 

 

No passado dia 24, estreou na televisão norte-americana "Prayers for Bobby", um filme baseado no livro homónimo de Leroy F. Aarons, que conta a história verídica da vida e o legado de Bobby Griffith, um jovem gay que se suicidou em 1979, devido à intolerância religiosa da mãe e da comunidade onde nasceu e cresceu. Ao saber da homossexualidade do filho adolescente, Mary Griffith (Sigourney Weaver), uma dona-de-casa extremamente religiosa, inicia uma campanha para o "curar", até que Bobby (Ryan Kelley), num acto de dor e desespero, se lança de uma passagem superior de auto-estrada com apenas 20 anos de idade.

 

 

 

Na sequência desse trágico acontecimento, Mary Griffith reconsidera a sua fé e as crenças que lhe tinham sido incutidas sobre a homossexualidade. Desde então, tem empreendido uma autêntica cruzada, alertando para os preconceitos e a violência de que os jovens gays e lésbicas continuam a ser vítimas na sociedade norte-americana, além de se ter tornado uma das mais visíveis activistas da "Associação Nacional de Pais, Familiares e Amigos de Lésbicas e Gays" (PFLAG), associação que luta para que os pais compreendam e aceitem a homossexualidade dos seus filhos. Um filme obrigatório para pais e não só… Enquanto não chega a Portugal, vejam o trailer.

 

 


13
Jan 09

 

Ontem fui ao cinema assistir ao tão aclamado filme "Austrália", que um amigo me tinha recomendado. Apesar de já ter lido algumas opiniões menos favoráveis a seu respeito, este é sem dúvida um filme arrebatador e emocionante. Realizado por Baz Luhrmann, considerado um realizador excessivo por muitos críticos de cinema, "Austrália" oferece-nos um excelente romance épico a transpirar classicismo por todo o lado. Considerado a mais cara superprodução australiana de todos os tempos, irá certamente merecer algumas nomeações para a próxima cerimónia da entrega dos Óscares. Na minha modesta opinião, espero sinceramente que consiga ganhar algumas das famosas estatuetas douradas porque o filme merece, já que é mesmo uma grande produção e está muitíssimo bem feito. Penso que "Austrália" contém todos os ingredientes para isso. É uma história de bravura, de coragem e de heroísmo, enquadrada por belíssimas paisagens e bons efeitos especiais. É um filme empolgante e que desde o princípio ao fim nos faz experimentar um autêntico turbilhão de emoções. Nos 166 minutos do filme é possível entristecermo-nos e angustiarmo-nos com os dramas das personagens, desejarmos aplaudir e soltar umas boas gargalhadas, e no final sentirmo-nos alegres com o happy end e, ao mesmo tempo, tristes por termos de nos despedir das personagens e de não as podermos acompanhar pelas suas vidas fora.

 

Nicole Kidman, uma das minhas actrizes favoritas, continua a ser uma presença extraordinária, transformando todas as suas personagens em imagens fortíssimas e únicas. Para já não falar da excelente interpretação de Hugh Jackman, considerado um dos homens mais sexys de 2008, e da grande revelação do pequeno Brandon Walters. "Austrália" é, por tudo isto, um dos filmes mais marcantes do cinema do último ano. Para mim, é sem dúvida alguma um daqueles filmes que me faz perceber melhor a razão de amar a Sétima Arte. Eu vi, gostei, e recomendo vivamente que vejam também este grandioso filme.

 

 

 

 

publicado por Pensador Insuspeito às 00:19

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