Estou num daqueles dias em que parece que já tudo foi dito e escrito. Estou há mais de 15 minutos sem saber o que escrever. Pensei escrever algo sobre a crise mas o que há a dizer sobre um assunto que nunca deixou de estar na ordem do dia. Desde que me conheço por gente, ouço dizer que o país está em crise. Eternamente em crise. Depois dou comigo a pensar que a crise não é assim tão grave ou que, pelo menos, não toca a toda a gente. Lembrei-me então que alguém me dizia que no sábado – dia dos namorados - procurou um restaurante para jantar com a cara-metade e não conseguiu encontrar nenhum, pois todas as mesas estavam ocupadas ou reservadas… Ou então as muitas pessoas entregues aos prazeres do dolce fare niente e que a pretexto de tudo e de nada aproveitam para gastar o que têm e o que não têm. São as mini-férias do Natal, do Carnaval, da Páscoa, do dia de não-sei-quem… Depois pensei em escrever algo sobre a novela Freeport. Dizem que já há arguidos no caso, mas que os nomes ainda não são conhecidos. Estas fugas de informação sempre me intrigaram. Não vejo como a justiça possa sair credibilizada deste e doutros processos, por mais que insuspeitas procuradoras venham todos os dias dizer-nos o contrário. No fim de contas, todos irão constatar que a velha história de que "a montanha pariu um rato" é perfeitamente verídica e tem lugar em Portugal... Já sei! Vou escrever algo sobre futebol. Mas eu não percebo nada de futebol. Nem tenho paciência para as tricas das comadres do futebol, nem para os "dói-dóis" dos futebolistas, nem para as doutas intervenções dos treinadores. Estou sem assunto. De facto, não sei o que escrever. E não sei se me apetece escrever seja o que for. Não tenho nada a dizer porque tudo está à vista de todos. Não é preciso escrever mais nada. Mas em que é que eu me fui meter num belíssimo dia de Janeiro, estava o dia chuvoso e o coração despedaçado pela solidão?!... Tirem-me daqui!!!