Desolador é o adjectivo que melhor pode caracterizar o panorama à direita do espectro político português. De um lado, o CDS/PP, refém da estratégia política do seu líder. Umas vezes, colocando-se ao lado da direita mais reaccionária e passadista, outras vezes piscando um olho ao PS, na ânsia nunca desmentida de alcançar aquilo que por si só nunca conseguiu, ou seja, chegar ao poder. Dentro do ideário político da sua área, Paulo Portas até pode ter umas ideias coerentes, mas no momento de as colocar em prática deita tudo a perder. E isso reflecte-se inexoravelmente nos resultados eleitorais do seu partido que, de votação em votação, lá se vai afundando mais um pouco... Do outro lado, o PSD, um partido sem rumo, desde que o senhor Durão Barroso, ignorando que fora eleito para primeiro-ministro de Portugal e num gesto de rasgado patriotismo, deixa o país de "tanga" e ruma a Bruxelas, onde os euros parecem ter outra cor, peso e textura... A liderança de Manuela Ferreira Leite, tal como as lideranças que a antecederam, é uma liderança a prazo. A senhora até pode ser uma boa economista de gabinete, mas não lhe reconheço tacto político nem empatia no contacto com o eleitorado. E de vez em quando ainda debita umas "pérolas" de bradar aos céus... Por todas as razões do mundo, Ferreira Leite nunca terá força suficiente para acabar de vez com a intriga palaciana que mina o partido. Prova disso é o enredo de novela mexicana em que se transformou a escolha do cabeça de lista para as eleições europeias...