Do fim-de-semana político ficou o congresso do PS (=Partido Socrático). O "apagão" (fará parte da campanha negra?) que dizem ter acontecido durante os trabalhos do congresso é afinal uma metáfora eloquente sobre o que se passou em Espinho ao longo de três dias. É que, em termos de debate de ideias políticas, o congresso foi uma autêntica nulidade. Nada mais houve senão os habituais ataques à comunicação social e às campanhas negras, a demonização permanente do Bloco de Esquerda e a exaltação do trabalho realizado pelo chefe nos últimos 4 anos, como se os resultados não estivessem à vista de quem queira ver. Novidades? Talvez o anúncio de Vital Moreira (um "Professor Doutor de Coimbra" na reacção entusiasta de Almeida Santos, o papa do regime) como cabeça de lista às europeias, e a universalização do ensino pré-escolar (agora estou baralhado: mas afinal não se prometeu em 2005 que 100% das crianças com 5 anos de idade estariam já a frequentar o pré-escolar?). Agora que o festim do Olimpo terminou, que a divindade socrática foi exaltada acima de todas as criaturas, é tempo de descer ao país real, onde, para grande desgosto de deuses e homens, tudo continua irremediavelmente na mesma…