Ontem, nas minhas deambulações nocturnas pela net e ao entrar num conhecido fórum de discussão sobre a actualidade, deparei-me com a questão inevitável do casamento homossexual, a propósito do compromisso (?) assumido por José Sócrates de avançar com o casamento entre pessoas do mesmo sexo na próxima legislatura. Perante a baixeza da linguagem e a pobreza dos argumentos, apeteceu-me logo escrevinhar uns pensamentos a propósito do assunto e que agora quero partilhar convosco.
1.º Nenhuma pessoa se deve sentir discriminada em função da sua orientação sexual. Por conseguinte, o casamento é um direito que deve ser garantido a qualquer cidadão, para que possa decidir em liberdade e responsabilidade o que fazer. Não é pelo facto de o casamento homossexual vir a ser legalizado que todos os gays e lésbicas se verão obrigados a casar. Por mim falo...
2.º Não vejo como a legalização do casamento homossexual possa ameaçar a família tradicional. De facto, não vejo como o casamento dos meus pais, que já passou dos 40 anos, possa ser afectado por isso. E também não vejo como um homem e uma mulher que se queiram casar possam deixar de o fazer pelo simples facto de o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo ser legal...
3.º Não compreendo nem aceito que se diga que o casamento homossexual contribui para a diminuição dos nascimentos e o progressivo extermínio da humanidade. Uniões homossexuais sempre as houve e haverá e se os casais heterossexuais não têm mais filhos é porque não podem ou não querem. Além disso, nenhum homossexual está impedido de procriar...
4.º Qualquer casamento civil, independentemente do sexo das pessoas que o contraem, é um simples contrato, com direitos e obrigações para ambas as partes, como qualquer outro contrato. Por isso, não entendo o stress provocado pelo nome que se deve atribuir ao instituto, quando se trata de pessoas do mesmo sexo. Já o matrimónio é outra coisa. É sacramento, pertence ao domínio da Igreja, e não é isso que está em causa.
Depois de todos os comentários que pude ler, começo a achar que Portugal merece estar na cauda da Europa. É que o último lugar assenta-lhe tão bem!