Depois da visita (triunfalista) do presidente angolano a Portugal, José Sócrates apressou-se a viajar para Cabo Verde, não para passar umas imerecidas férias mas para oferecer - pasme-se - doze mil "magalhães". Sim, leram bem. Doze mil "magalhães" (!). Essa maravilha tecnológica de iniciativa socrática, indispensável à aprendizagem dos meninos e meninas deste país e, pelos vistos, do mundo inteiro. Ao que parece ainda foram a tempo de corrigir os erros de português... Na sua ânsia de protagonismo e grandeza, o primeiro-ministro ainda arrastou atrás de si nove ministros e sete secretários de estado (!), além de numerosos empresários e jornalistas. Uma comitiva em grande, portanto. Tal facto não é de estranhar. Para quem tem habitualmente o ego tão inchado, a visita do senhor dos Santos deve ter sido verdadeiramente traumatizante para José Sócrates. E foi-o com certeza para todos aqueles que ainda estão na vida política com alguma decência. Afinal, ao visitar um país ainda mais pequeno e mais pobre do que Portugal, o que Socrátes quis foi sentir-se de novo em grande...