Parece que os líderes mundiais reunidos na cimeira do G20 chegaram hoje a um "acordo de acção global" para reactivar a economia internacional, que passará pela reforma do sistema bancário, a qual deverá incluir a penalização dos paraísos fiscais, um gigantesco pacote de estímulo financeiro, a renovação das instituições internacionais, o apoio ao comércio global e a criação de novos fundos para o combate à pobreza.
A propósito destas medidas e da crise global que as despoletou é interessante notar que foi precisamente a tendência suicidária de um crescimento infinito, que se foi gerando nas maiores economias mundiais, que acabou por conduzir-nos à crise de que agora todos se lamentam, qual coro de velhas carpideiras. Se pensarmos bem, tem-se vivido há demasiado tempo na sombra desta tendência suicidária. Toda a gente nos convenceu que era preciso consumir mais, cada vez mais. E para isso era necessário produzir mais, cada vez mais… E de crise em crise, chegou-se à beira do precipício. Até que o suicídio aconteceu mesmo… Parece que esta tendência suicidária de um crescimento infinito é conhecida há muitos anos mas só agora é que se lhe reconheceu o carácter de catástrofe. E o panorama é penoso de se ver. Os políticos lamentam-se e inventam mil e uma soluções para a crise. Os economistas de serviço choramingam e prevêem cenários apocalípticos. No fim de contas, quem terá de suportar a crise global será mesmo o "zé povinho" que todos os dias se debate para assegurar o seu sustento mensal e assim poder pagar as suas contas…