Um blogue pessoal mas... transmissível

26
Mar 09

 

 

A discussão sobre a (in)oportunidade da construção de uma linha férrea de alta velocidade voltou ontem ao Parlamento. Precisamente na semana em que foram conhecidos os números alarmantes sobre o desemprego em Portugal, os senhores deputados, desta vez pela mão do PSD, resolveram pela enésima vez entreterem-se num debate sobre o TGV. Agora com casinha renovada, até dá gosto. Pelo menos, parece que acabaram os dois martírios a que diariamente os senhores deputados da nação se submetiam: o calor e o tédio. O ar condicionado voltou a funcionar e haverá seguramente mais deputados a blogar, a twittar e a engrossar o número de adeptos do facebook. Mas isto são contas de outro rosário…

 

A discussão de ontem sobre o TGV serviu mais uma vez para desviar a atenção quanto aos números do desemprego. E o Governo agradece. Expliquem-me como se eu fosse muito burro, mas ainda não consegui perceber se o problema do PSD está no traçado da via férrea ou na inoportunidade da sua construção. É que realmente as cabeças pensantes deste parlamento confundem-me… Ninguém estará interessado em saber a minha opinião, muito menos o Governo e os senhores deputados, mas aqui vai. Pois, na minha humilde opinião, a construção de tal infra-estrutura é um crime e, a fazer-se, só revela que os governantes deste país perderam todo o sentido do equilíbrio e do bom senso. Portugal é um país demasiado pequeno e pobre para se aventurar na construção de uma obra megalómana como o TGV. A única coisa que ainda poderia aceitar era uma ligação por TGV entre Lisboa e Madrid e que se melhorassem substancialmente as ligações ferroviárias entre a capital e outros pontos do país, nomeadamente com o Norte e o Algarve. De contrário, não vejo como um investimento tão avultado possa ter retorno a curto ou médio prazo. Provavelmente nunca o terá e em pouco tempo estará a dar prejuízo ao país. A não ser que o Governo esteja já a pensar na possibilidade de Portugal vir a falir num prazo de 5 anos. Nesse caso, é melhor começar já a assentar os carris e a levantar as catenárias, para a bicheza poder fugir rapidamente para Espanha…

 


 

Perdoem-me se vos estou a aborrecer com o que vou dizer neste post/pensamento mas, por motivos óbvios, tudo o que envolve a Educação em Portugal interessa-me. Ontem a ministra da Educação e os dois secretários de Estado que habitualmente a acolitam estiveram no parlamento. Veio ao de cima, entre outros assuntos, a possibilidade de os professores que não entregaram os seus objectivos individuais poderem ser alvo de sanções por parte dos conselhos executivos, a quem o Ministério da Educação confiou, num gesto de absoluto desprendimento, essa ingrata tarefa.

 

Contudo, não era disso que eu queria falar agora. O outro assunto que me chamou a atenção foi a surpresa que a senhora ministra manifestou quando foi confrontada pela oposição com o incumprimento do advogado João Pedroso num contrato de ajuste directo com o Ministério da Educação, com o objectivo de fazer a compilação e sistematização das leis relativas à Educação. Com o seu habitual ar cândido, quase de donzela ultrajada nos seus mais íntimos sentimentos, a ministra veio dizer que desconhecia (!) que o seu amigo socialista fosse um "incumpridor nato" e que foi tudo uma "surpresa lamentável". Como se o irmão do também socialista Paulo Pedroso já não tivesse sido anteriormente contratado e o resultado não tivesse sido igualmente lamentável… Não satisfeita com isso, a senhora ministra ainda conseguiu negar que João Pedroso tenha sido contratado por ser seu amigo… Ora esta situação deixa-me profundamente revoltado. Enquanto o ME se dá ao luxo de esbanjar mais alguns milhares de euros do erário público, a escola onde trabalho debate-se amiúde com graves apertos financeiros. E tudo isto se passa sem quaisquer consequências políticas. Enquanto houver "jobs for the boys", "tá-se" bem…

 


06
Mar 09

 

Decididamente, o parlamento português transformou-se numa taberna muito mal frequentada. É que ontem num debate sobre energias renováveis, José Eduardo Martins, do PSD, reagiu com insultos às insinuações que Afonso Candal, do PS, lhe dirigiu. "Vai para o caralho", afirmou, mais do que uma vez, o deputado social-democrata depois do socialista ter insinuado que interesses particulares estariam alegadamente na base das preocupações energéticas de José Eduardo Martins. Tenho para mim que o maior insulto não foi o convite endereçado por José Eduardo Martins a Afonso Candal para que fizesse uma visita à genitália masculina, mas antes o que foi dirigido mais uma vez à inteligência dos portugueses. Infelizmente, este facto acabou por desviar a atenção do essencial que era a presença do ministro da Economia no parlamento com o objectivo de explicar o favorecimento de duas empresas na instalação de painéis solares. E isto, sim, é deveras preocupante...

 

 


26
Fev 09

 

Enquanto regressava a casa, vindo do trabalho, ouvia as notícias e tomei conhecimento que a interpelação ao Governo desta tarde, que tinha como tema a situação económica do país, foi afinal dominada pelo autêntico "negócio da China" entre a Caixa Geral de Depósitos e o empresário Manuel Fino. Parece que o nosso primeiro-ministro, no meio dos seus muitos afazeres, não teve conhecimento da operação CGD/Cimpor/Manuel Fino. Só pode ser uma brincadeira de muito mau gosto. Ou então os accionistas já não devem querer saber o que se passa nas empresas onde têm acções… Hoje a CGD veio a público defender o Governo e as suas palavras no Parlamento. Ainda por cima, dizendo que os 62 milhões de euros oferecidos num obscuro negócio a Manuel Fino têm um efeito positivo no património e nos resultados da CGD (!). É por estas e outras que eu "curto bué" os políticos e os empresários deste país…

 

publicado por Pensador Insuspeito às 20:55

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