Um blogue pessoal mas... transmissível

09
Mar 09

 

Fazendo a retrospectiva do fim-de-semana que passou, fico com a sensação que estou a deixar fugir a minha vida como areia por entre os dedos das mãos. Por diversos motivos, tenho adiado a conclusão do mestrado que estou a fazer. Nos últimos dois meses, a tese tem estado arrumada a um canto, à espera de dias melhores. De facto, depois da minha separação ainda não me tinha sentido com capacidade intelectual para voltar a debruçar-me sobre a dita. Mas este fim-de-semana consegui novamente pôr mãos à obra e aquilo que durante a semana tinha planeado fazer teve de ser adiado para outra ocasião. Quase não tive tempo de aproveitar os esplêndidos dias de sol deste fim de Inverno. No meio disto tudo, questiono-me sobre a utilidade de mais este grau académico. Mas sei que tenho de fazer um esforço para acabar o que comecei e não ver a minha vida eternamente adiada...

 

Do resto do mundo, nada de novo. Senão vejamos. A Igreja brasileira, com a bênção do Vaticano, anda ocupada em lançar excomunhões sobre meninas de 9 anos violadas pelos padrastos e obrigadas a abortar porque, segundo os médicos, corriam risco de vida. Nada de novo... Depois da morte do seu Presidente e do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, a Guiné-Bissau continua a ser um país adiado, onde impera a "lei da catana" e onde a pobreza extrema convive paredes-meias com a corrupção e o narcotráfico. Nada de novo... Ontem foi o dia da mulher e embora não querendo ser desmancha-prazeres, defendo que a existência de um dia como este traz sempre uma marca sexista e discriminatória para as próprias mulheres. E pergunto-me: então se apenas o dia 8 de Março é o dia da mulher, quer dizer que os restantes 364 dias do ano são dias do homem? Nada de novo...

 

E neste jardim à beira-mar plantado também não se passou nada de novo. Que um histórico deputado do PS tenha dito numa entrevista que seria capaz de concorrer contra o seu próprio partido e ser acusado logo de seguida por um seu correligionário de "falta de carácter", não é nada de novo... Que o procurador-geral da República tenha dito que a procuradoria não funciona, não é nada de novo... Que um ilustre juiz venha reconhecer que há corrupção no futebol, não é nada de novo... Que o maior orgulho tecnológico do governo de Sócrates tenha tantos erros de português que até façam corar uma criança do 1.º ano do ensino básico, não é nada de novo... Agora que a líder da oposição tenha mudado de visual e faça lembrar algo parecido a um cruzamento entre a Margaret Thatcher e o Martini Man (esta fui roubá-la ao Eu é mais bolos... não resisti...), isso, sim, já é uma novidade digna de registo...

 

Aqui fica a fotografia que não me deixa mentir. E mais não digo...

 

 


18
Jan 09

Apesar de já não ver o M. há quase um mês (e que falta me faz...), posso dizer-vos que este fim-de-semana começou bem. Diria mesmo que começou muito bem... É que na sexta-feira garanti que vou finalmente concretizar algo que devia ter feito há muito tempo. Este ano promete... pelo menos nesse aspecto!

 

Ontem resolvi fazer uma arrumação ao escritório. Eram papeis e mais papeis que me enchiam a secretária e se espalhavam pelas estantes e até por um pequeno sofá onde gosto de me estender a ler e a ouvir um pouco de música nos intervalos dos trabalhos e das navegações pela net. Pois bem! Há muito tempo que andava a adiar esse trabalho. Também até há bem pouco tempo, todos os meus tempos livres eram dedicados ao M. e durante a semana, entre o trabalho, o ginásio e uma ou outra saída, não sentia vontade nenhuma de o fazer.

 

Ao olhar para todo aquele entulho intelectual, dei comigo a pensar até que ponto toda aquela papelada era necessária. Ando a fazer um mestrado e estou a redigir a tese, de modo que todas as vezes que falo com a orientadora, ela vem com aquelas recomendações da praxe: "Olhe que devia ler isto, e mais isto, e mais aquilo...". E lá vou eu em busca de mais informação, que muitas vezes nunca chego a ler. São montes e montes de fotocópias, porque os livros são caros e há sempre uma maneira de contornar os direitos de autor e a ASAE... No meio de tudo isto, vou redigindo a tese, muito, muito lentamente...

 

Lá para o fim do dia, ainda saí com a minha amiga G., que já não via desde o fim-de-semana passado (!). Fomos jantar ao meu restaurante italiano preferido e depois rumámos até ao bar mais in da santa terrinha porque as nossas gargantas estavam a pedir um copo. A G. é uma excelente pessoa, mas devo confessar-vos que tem um defeito do tamanho do mundo: é muito, muito, mas mesmo muito chatinha e, por isso, dá-me cabo da paciência... E depois está sempre a insinuar-se. Quer de mim algo mais do que uma simples amizade e eu já lhe fiz saber que não lhe podia dar mais do que isso. Mas ainda assim acho que não compreendeu. Quando namorava com o M., estive a ponto de lhe dizer que o meu coração já tinha dono, sabendo de antemão que ela não iria descansar enquanto não soubesse quem era. E se descobrisse era bem capaz de ser a reedição do Grande Terramoto de 1755!... Já estou a ver o argumento para o filme do ano... Não há pachorra!!!

 

Ao fim da noite, recebi uma sms do M. que me deixou a pensar e me fez ter um pouco mais de esperança. Posso estar a enganar-me a mim próprio. Mas não faz mal...

publicado por Pensador Insuspeito às 22:48

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