Um blogue pessoal mas... transmissível

27
Fev 09

 

Desde que eu e o M. nos separámos, vivo na expectativa de receber notícias dele. Notícias que eu espero mas que eu não quero. Notícias que eu devia ignorar mas não consigo. Ontem o M. "apareceu" novamente sob a forma de sms. Pediu-me desculpa por não ter dito nada nos últimos dias e disse-me que um percalço o impediu de falar comigo. Mais uma vez enchi-me de esperanças que algo possa mudar, embora tudo me diga que isso dificilmente irá acontecer. Acho que esta forma de viver o fim do meu relacionamento com o M. funciona como uma forma de autodefesa ou um artifício para fugir à crua realidade da separação. E logo eu que sempre fui tão racional... É impressionante que, por mais que tentemos e por mais que finjamos ser fortes, tal não é verdade. É que não dá para esquecer tão rapidamente um grande amor. Acho que nunca se esquece, só se faz de conta que já não se lembra. Eu tenho feito um esforço descomunal, maior do que as minhas próprias forças, para tentar esquecê-lo e habituar-me a viver sem a presença do M.. Mas de repente ele resolve "aparecer" de novo e provoca um turbilhão de sentimentos na minha vida... A minha cabeça dá mil voltas, sem saber o que pensar… E pergunto-me: o que é que eu terei feito para estar a passar por uma coisa destas? Ele que me dizia: "Tu és uma pessoa maravilhosa e mereces ser muito feliz", como é capaz de me fazer isto? Não consigo perceber. Estou confuso…

 

Também ontem, quando ia a sair do ginásio e já na rua, esbarrei literalmente com um gajo que passou boa parte do verão passado a "perseguir-me". Antes disso, eu já o conhecia e sabia que ele era gay. Os nossos olhares cruzaram-se de novo mas devo dizer que não senti nada ou seja não houve aquela "química" especial. Não houve agora nem houve no passado. Porque amar alguém significa desejar ver de novo, sentir de novo. É um sentimento que vicia, que torna dependente, que retira a paz e a tranquilidade nos tempos de ausência. Mas também sei que isso nem sempre é tão linear. Um amor pode acontecer mesmo sem a "química" da primeira vez. Mesmo sem a paixão avassaladora. E talvez sejam esses os amores que suportam os relacionamentos mais duradouros. Por isso, estou tranquilo. Se algo tiver de acontecer, acontecerá. Não vou forçar algo a acontecer para depois me arrepender. É verdade que se costuma dizer que mais vale arrependermo-nos por aquilo que fizemos do que por aquilo que não fizemos. Eu sei disso. Mas por enquanto não vou fazer nada. Não quero embarcar numa aventura sem sentido. Para mim, nada é melhor que um namoro estável e duradouro. Mas sei, por experiência própria, que namorar não é fácil. Tem de surgir aquela incrível coincidência de sentimentos, que não se podem descrever por palavras ou gestos… No meio disto tudo, começo a pensar que estes (des)encontros me querem dizer alguma coisa. O que custa mais é decifrar a difícil escrita da vida…

 

publicado por Pensador Insuspeito às 22:36
sinto-me:

18
Jan 09

Apesar de já não ver o M. há quase um mês (e que falta me faz...), posso dizer-vos que este fim-de-semana começou bem. Diria mesmo que começou muito bem... É que na sexta-feira garanti que vou finalmente concretizar algo que devia ter feito há muito tempo. Este ano promete... pelo menos nesse aspecto!

 

Ontem resolvi fazer uma arrumação ao escritório. Eram papeis e mais papeis que me enchiam a secretária e se espalhavam pelas estantes e até por um pequeno sofá onde gosto de me estender a ler e a ouvir um pouco de música nos intervalos dos trabalhos e das navegações pela net. Pois bem! Há muito tempo que andava a adiar esse trabalho. Também até há bem pouco tempo, todos os meus tempos livres eram dedicados ao M. e durante a semana, entre o trabalho, o ginásio e uma ou outra saída, não sentia vontade nenhuma de o fazer.

 

Ao olhar para todo aquele entulho intelectual, dei comigo a pensar até que ponto toda aquela papelada era necessária. Ando a fazer um mestrado e estou a redigir a tese, de modo que todas as vezes que falo com a orientadora, ela vem com aquelas recomendações da praxe: "Olhe que devia ler isto, e mais isto, e mais aquilo...". E lá vou eu em busca de mais informação, que muitas vezes nunca chego a ler. São montes e montes de fotocópias, porque os livros são caros e há sempre uma maneira de contornar os direitos de autor e a ASAE... No meio de tudo isto, vou redigindo a tese, muito, muito lentamente...

 

Lá para o fim do dia, ainda saí com a minha amiga G., que já não via desde o fim-de-semana passado (!). Fomos jantar ao meu restaurante italiano preferido e depois rumámos até ao bar mais in da santa terrinha porque as nossas gargantas estavam a pedir um copo. A G. é uma excelente pessoa, mas devo confessar-vos que tem um defeito do tamanho do mundo: é muito, muito, mas mesmo muito chatinha e, por isso, dá-me cabo da paciência... E depois está sempre a insinuar-se. Quer de mim algo mais do que uma simples amizade e eu já lhe fiz saber que não lhe podia dar mais do que isso. Mas ainda assim acho que não compreendeu. Quando namorava com o M., estive a ponto de lhe dizer que o meu coração já tinha dono, sabendo de antemão que ela não iria descansar enquanto não soubesse quem era. E se descobrisse era bem capaz de ser a reedição do Grande Terramoto de 1755!... Já estou a ver o argumento para o filme do ano... Não há pachorra!!!

 

Ao fim da noite, recebi uma sms do M. que me deixou a pensar e me fez ter um pouco mais de esperança. Posso estar a enganar-me a mim próprio. Mas não faz mal...

publicado por Pensador Insuspeito às 22:48

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