1. Já estive às portas da morte uma vez. Verdade. Segundo rezam as crónicas, tinha eu apenas 2 meses de vida quando sofri uma intoxicação por inalação de fumo de uma lareira. Ao mesmo tempo, tive uma grave reacção alérgica a um medicamento que estava a tomar. Tudo junto resultou num "caldinho" que me levou às urgências de um hospital, no qual fui salvo in extremis contra todos os prognósticos médicos...
2. Sou um exímio cozinheiro e gosto de inventar receitas novas. Verdade. Em casa dos meus pais nunca aprendi a cozinhar mas desde que fiz um daqueles cursos de culinária para "totós" considero-me um bom cozinheiro. Pronto, confesso que exímio será um adjectivo um tanto exagerado mas acho que também tenho direito ao meu momento de glória... Por vezes, ainda me dá para experimentar receitas novas, o que nem sempre dá bom resultado. O pior é que quando me ponho a cozinhar, deixo a cozinha num estado que se assemelha muito a um campo de batalha...
3. Tenho medo das alturas. Verdade. Sofro de acrofobia (medo irracional de lugares altos). Só o facto de pensar num lugar alto causa-me suores frios. Em Paris, a muito custo subi a Torre Eiffel. Nunca subi à Torre dos Clérigos. E a lista poderia continuar... Para subir a um sítio alto, tenho de me sentir protegido por um parapeito ou qualquer artifício arquitectónico e nunca olhar para baixo na vertical. Até os meus piores pesadelos acabam invariavelmente numa grande queda de um sítio muito alto...
4. Tenho um piercing no mamilo esquerdo. Mentira. Efectivamente já pensei em fazer um piercing mas o medo de eventuais complicações falou sempre mais alto. Por outro lado, se numas alturas tenho perfeitamente decidido o sítio onde o quero fazer, noutras as dúvidas são mais que muitas. De qualquer maneira, é sempre uma possibilidade em aberto e pode ser que um dia destes acabem as indecisões e finalmente eu ganhe coragem para o fazer...
5. Sou adepto fervoroso do F. C. do Porto. Mentira. Não percebo nada de futebol, não consigo ver um jogo do princípio ao fim e incomodam-me muito a corrupção, a falta de vergonha e as tricas de comadres que todos os dias enchem as páginas dos jornais da especialidade. Se existe alguma verdade nesta afirmação é que nutro uma simpatia "bairrista" pelo "Fê-Quê-Pê". Mas fico-me por aí...
6. Pratiquei regularmente mergulho durante quatro anos. Verdade. Para quem nasceu e foi criado ao pé do mar, o elemento água sempre exerceu sobre mim um grande fascínio. Muitas vezes pensei em praticar um desporto relacionado com a água, até que num belo dia decidi que ia fazer mergulho. E assim foi. Inscrevi-me numa escola de mergulho e pratiquei esta actividade regularmente durante quatro anos. Devido a contingências várias, deixei de a praticar com a regularidade de outros tempos mas o "bichinho" ainda não morreu...
7. Já fiz voluntariado junto de doentes mentais. Verdade. Durante algum tempo fiz voluntariado numa clínica psiquiátrica. Um mundo completamente à parte, onde os "diferentes" somos nós. A princípio, estranha-se (muito) mas depois entranha-se. E entranha-se ao ponto de aquelas pessoas passarem a fazer parte de nós e das nossas vidas. Por razões profissionais, tive de abandonar o voluntariado. Mas está decidido. Assim que a minha vida pessoal e profissional se estabilizar definitivamente, vou retomar o voluntariado, não nos moldes em que o fazia, mas arriscando outras formas de o fazer.
8. Nunca cantei num karaoke. Verdade. Apesar de saber cantar (toda a gente diz que sim e eu concordo...), nunca me senti à vontade para cantar num karaoke, sobretudo se for em público. Talvez por não gostar de ser o centro das atenções e por ter um temperamento naturalmente reservado, sem queda para grandes espectáculos...
9. O meu primeiro relacionamento foi com uma mulher. Mentira. Fui muito precoce na percepção da minha homossexualidade mas nos verdes anos da adolescência foi algo a que não dei muita importância. Ainda assim, tive algumas "brincadeiras exploratórias" com um primo da minha idade, que até hoje é a única pessoa da família que conhece de facto a minha orientação sexual. Chegado à universidade, conheci o meu primeiro namorado, o R.. Não pensem que foi fácil lidar com os problemas acarretados pela nova situação, principalmente para alguém como eu que provém de uma família muito conservadora. Apesar da imaturidade emocional de ambos, conseguimos manter um relacionamento de cerca de 2 anos. Acabámos por nos separar e cada qual seguiu o seu caminho. Seguiu-se um período de "reclusão", entrecortado por algumas aventuras passageiras, sem qualquer tipo de significado ou consequências. Até que no ano passado o M. apareceu na minha vida e tudo mudou. O que inicialmente não passava de uma simples atracção física transformou-se num grande amor. O resto da história já é conhecido de todos...
P. S.: Desfeito o suspense e desvendadas as 6 verdades e as 3 mentiras, resta-me agradecer ao A... e ao Silvestre por terem sido os únicos corajosos a responder ao desafio. Não ganharam a torradeira mas ganharam com certeza a minha simpatia...